Em dezembro de 2019 fiz uma viagem com minha mãe e Idalina, minha prima até o município de Dumont, SP onde ficava a antiga fazenda Dumont de Henrique Dumont. Eu queria saber mais sobre a fazenda e sua história. Hoje não existe quase nada que lembre aquele tempo. A prefeitura funciona no casarão onde morava a família de Henrique Dumont. (fotografia abaixo) Há também pela cidade, algumas ruínas de armazéns, mas as casas dos colonos estão muito descaracterizadas, pois foram alteradas com várias reformas feitas pelos moradores. Um morador da cidade nos disse que o traçado das ruas segue o traçado original onde ficavam as casas da colônia. Mas não há provas disso. Não há, nem mesmo resquício do ramal ferroviário por onde era escoado o café. Tirei fotografia de um prédio em ruínas, que pode ter sido um dos armazéns perto da estação. Há muito pouco, que jogue luz no modo de vida dos colonos no final do século XIX. No centro cultural da cidade estão expostos objetos da família Dumont como talheres, louça de chá e café, fotografias da fazenda e da família e até uma escrivaninha que ficava no quarto de Alberto Santos Dumont. Do outro lado da Avenida Vinte e Um de Março, há um casarão branco para onde foi transferida a sede da fazenda depois que Henrique Dumont a vendeu para os ingleses.
Um artigo sobre a cidade diz que “hoje restam a casa da fazenda e mais algumas casas, espalhadas pela cidade, principalmente em sua parte baixa. A estação de Dumont ficava junto com as casas dos funcionários e do telégrafo, na fazenda Dumont. Hoje este conjunto fica a cerca de um quarteirão da praça central da cidade [na rua José Bruno Decare, em frente a praça dos idosos], e numa das casas funciona o cartório. A plataforma de embarque e sua cobertura, que ficavam ao longo das casas, já não mais existem. Sobraram também as memórias de Ângelo Lorenzado, italiano de 93 anos (em 2001), morador da cidade que era aparentemente o último funcionário vivo da ferrovia, tendo sido um de seus maquinistas. (...) Por quase todo o seu leito [local onde assentava o lastro da ferrovia] passa hoje a rodovia Ribeirão Preto – Pradópolis [Rodovia Mário Donegá].” 1
A rodovia que liga as cidades de Pradópolis a Ribeirão Preto, passando pelo município de Dumont, chama-se Mario Donegá. Lembrei que no grupo de imigrantes do Giacomo Sarti, havia um menino de quatro anos, filho de Natalle Donegá e Maria Sarti. Seria ele o mesmo Mario Donegá? Voltei para casa com mais perguntas! Fazendo uma pesquisa no site Familysearch encontrei um Aristodemo Mario Donegá nascido em 1884, filho de Natale Donegá e Maria Sarti, que casou-se aos 23 anos com Pierina Maria Luigia Berveglier em Fiesso Umbertiano, Rovigo, Itália em 1907. Não sei se casou e voltou para o Brasil depois ou ficou vivendo lá. Tinha duas irmãs, Assunta Maria Donegá e Vittorio Donegá.
Chamou-me atenção a cor vermelha
escura, quase marrom do solo. Subi a Rua Jacinto Monteiro até a rotatória da
Rodovia Mário Donegá (SP-291) no topo de uma colina e de lá, tinha à minha
frente a vista da paisagem ondulante e verdejante a perder de vista. Imaginei o
panorama que se tinha daquela área em 1888, tomada por plantações de café
seguindo em toda a direção e sumindo no horizonte. O calor também era
insuportável e o suor brotava dos poros e molhava minha roupa. O calor deveria
ser também intenso no verão de 1888 quando os membros de nossa família chegaram
à fazenda. E pra piorar, eles usavam roupas escuras e de tecido mais grosso. As
mulheres usavam saias longas até os pés e lenços nas cabeças. Como suportavam o
intenso calor de dezembro a março?
Soube que havia mais de uma colônia na fazenda, entretanto, é impossível saber em que parte da fazenda Giacomo Sarti, Felice Feltrin e Felice Tiozzo moravam e trabalhavam. A única informação que temos, no documento da pousada do Imigrante de 1911, é que Giacomo havia morado naquela fazenda por vinte anos. Depois desta viagem e as leituras que fiz, tentei fazer um retrato da fazenda Dumont em 1888.
Imagino a chegada de um grupo grande de imigrantes em varias carroças puxadas por animais à fazenda. Olhavam curiosos para todos os lados tentando absorver a paisagem em volta que era um mar verde de café até verem as construções da sede da fazenda. As fazendas do interior de São Paulo tinham uma estrutura parecida. Havia a casa do fazendeiro, chamada de sede, uma ou varias colônias espalhadas pela fazenda e possivelmente outras casas onde moravam os administradores, fiscais e feitores responsáveis por essas colônias. Na fazenda Dumont, havia também um tronco de ferrovia que percorria a fazenda e vários armazéns onde eram as sacas de café eram guardadas antes de serem carregadas nos vagões. Uma fotografia de 1913 mostra um imenso terreiro de secagem na fazenda Dumont.
Certamente havia várias carroças e animais como bois
e mulas que levavam as sacas de café até os armazéns, e também o movimento de
homens descarregando e empilhando os sacos de café aguardando para ser carregados,
capatazes e administradores cavalgando pela fazenda vistoriando o cafezal. Havia
também açudes e pasto para os animais.
Pode ser que, Henrique Dumont, por ser europeu,
tivesse uma visão diferente dos fazendeiros brasileiros, que por anos tiveram
escravos, e por este motivo, tivesse tido a preocupação de construir casas nas colônias
com melhor qualidade, mas não temos como comprovar isso. De qualquer forma, uma
das primeiras diferenças que os imigrantes notaram, foi o fato das casas não
serem anexadas às estribarias, como eram nas propriedades do Vêneto. Também o
fato da fazenda ser enorme e haver tantas pessoas habitando e trabalhando nela.
Provavelmente tiveram um ou dois dias para se
instalarem e se organizarem e também aprender como seria a nova rotina de
trabalho. Os patrícios que chegaram antes deles com certeza os ajudariam nesta
tarefa. Eles não tinham praticamente nada, por isso, precisariam providenciar
moveis e utensílios domésticos para a casa. Possivelmente trouxeram algumas
poucas roupas de cama e banho, e algumas ferramentas para usarem na horta, mas
teriam que comprar muitas coisas.
Outra construção importante da fazenda era a venda, ou bodega (local onde
se vende mercadorias). Em praticamente todas as fazendas havia um bodega. Nela vendia-se
de tudo, desde utensílios para a casa como cobertores e fósforos, até alimentos
como feijão, farinha de milho, sal, e queijo. Os imigrantes podiam também comprar
galinhas vivas para botarem ovos e sementes para começar a horta de verduras.
Alguns já se endividavam logo no início comprando uma vaca com um bezerro, para
o leite das crianças.
As bodegas pertenciam ao fazendeiro, por isso os
colonos não precisavam pagar no ato da compra. O encarregado da venda anotava
tudo em uma caderneta e depois da colheita, por ocasião do pagamento,
descontavam as dividas. Chegava a época da safra, pagavam o fazendeiro, o
médico, os remédios, a roupa e a comida, e ainda ficavam devendo. Comprar
mercadorias fora da fazenda era mais barato, mas os colonos precisavam esperar
receber o dinheiro da safra para fazer compras. Alguns fazendeiros davam notas
promissórias, ou ordens de pagamentos aos colonos. Eles podiam comprar em
armazéns específicos na cidade e pagar com as tais notas, que seriam
descontados depois da colheita.
Este sistema vigorou por muito tempo. Segundo minha
mãe, seus pais faziam uso de tal sistema por volta de 1950 enquanto eles moravam
em uma fazenda na região de Monte Azul Paulista, SP. Enquanto devessem dinheiro
ao patrão, não podiam deixar a fazenda. Estavam presos ao contrato de trabalho
que estipulava o tempo em que deveriam ficar na fazenda. Há muitos relatos de
que os que tentavam fugir, eram trazidos de volta, muitas vezes sob humilhação.
Aquela dívida inicial atrasava o sonho de juntarem algum dinheiro para
emergências, sonhos e planos futuros. Por este motivo, assim como faziam na
Itália, tinham que controlar a quantidade da comida, evitar desperdício e gerir
as economias com parcimônia. As futuras gerações, sem entender, acabaram os
qualificando como avarentos e ‘mãos de vaca’. O antropólogo e escritor Darcy
Ribeiro fala sobre isso no seu estudo sobre O Povo Brasileiro:
“As novas fazendas, estruturadas de acordo com o sistema de colonato se
fazem progressivamente monocultoras e, simultaneamente, acrescentam à plantação
um elemento a mais, que é o barracão. Aí, o fazendeiro se faz comerciante para
prover aos colonos de tudo que necessitam, mas também para recuperar o máximo
dos salários pagos. Assim, os contratos mais vantajosos e já monetários passam
a deteriorar-se para o trabalhador rural, sujeitos a duas reduções. Primeiro, a
inflação que diminui substancialmente o valor dos contratos de plantio de café,
geralmente de quatro anos. Segundo, a exploração nos fornecimentos feitos pelo
barracão. Nessas circunstancias, o colono só conseguiria poupar à custa de uma
compressão violenta de seus gastos, permanecendo a maioria deles jungida ao
sistema por dívidas insaldáveis e vendo esvair-se sempre a suspirada
oportunidade de se fazerem granjeiros.” (O Povo Brasileiro - P 401)
O Trabalho na fazenda:
Uma vez instalados, começavam a trabalhar. Para que a onde de café prosseguisse na invasão de terras virgens, trabalhadores temporários derrubavam a mata e limpavam o terreno, mas logo atrás vinham os colonos. Eles aravam o novo território e plantavam as mudas de café. As famílias que faziam contrato por cinco anos deviam plantar os pés de café e cuida deles desde pequenos. Geralmente, cuidavam de uma área com pés novos, e outra área com o cafezal já formado. Do contrário, como receberiam salários na época da safra? Nos primeiros anos, tinham que trabalhar praticamente em dobro.
Precisavam capinar o cafezal três vezes ao ano, podar
e carregar os galhos para longe dos pés. Depois precisavam colher os grãos,
peneirar, secar, ensacar. Segundo os meus tios, que trabalharam muito tempo em
cafezais, cada família cuidava de uma média de cinco mil pés de café. O
trabalho era realizado por toda a família, incluindo as crianças. O cafezal era
onde passavam a maior parte do dia. Ali trabalhavam, comiam, faziam suas
necessidades, escondidos entres os cafeeiros, as crianças brincavam sob o olhar
atento das mães, as mulheres amamentavam seus bebês. Havia muita intimidade e
pouca privacidade. (Fotografia meramente ilustrativa)
Mesmo sendo a Dumont uma fazenda com produção automatizada, o trabalho de plantação do café, cuidar dos pés e derriçar, retirada dos grãos, era manual. Os colonos colhiam e beneficiam o café, ensacavam e carregavam os vagões de trem com as sacas cheias do grão. Se houvesse necessidade de mudar objetos de lugar ou limpar as tulhas, eram os colonos que executavam o serviço. Os capatazes faziam uma rigorosa inspeção das tulhas, lavador-separador, terreiro e secador. Não era permitida a armazenagem de outros produtos agrícolas nas tulhas, bem como de insumos, pois o café absorve, com muita facilidade, odores estranhos.
O terreiro, que ao longo do ano servia para tantas
outras finalidades, deveria servir exclusivamente para secagem do café na época
da colheita. Deveria ser bem varrido, lavado, desinfetado e cercado, se houvesse
necessidade, pois o café pode facilmente ser contaminado. O terreiro também passava
periodicamente por reforma para eliminar gretas e rachaduras, visando facilitar
a operação de secagem e evitar a retenção de grãos que se deterioram ao
permanecerem ali retidos, com riscos de contaminar o café. A fotografia acima está exposta no Centro Cultural da cidade de Dumont.
Em muitos casos, eram também os imigrantes que abriam
as estradas de ferro, construíam os vagões, mantinham e dirigiam as locomotivas
na fazenda. Os colonos deviam trabalhar na manutenção dessa ferrovia também. Em épocas de seca, algumas vezes eram chamados
para apagar incêndios no pasto, em florestas ou nos cafezais. Algumas moças e mulheres casadas eram
contratadas para trabalhar na casa grande da fazenda como babás ou cozinheiras
e fazer a limpeza ou lavar roupas. Geralmente só eram liberadas para voltar para
suas casas após o anoitecer. Nesse caso, recebiam um salário por esse serviço.
Nem tudo ocorria conforme o planejado. Por exemplo,
os pés de café novos não produziriam boas safras quando adultos se no inverno
houvesse geado. Se morresse um pé de café, o capataz acusava o colono de não
ter cuidado dele corretamente. Se o gado escapasse poderiam pagar multas. A
vida na nova terra não foi nada fácil. O trabalho era muito pesado e mal
remunerado. Frequentemente surgiam reclamações de maus-tratos e abusos
cometidos pelos donos da terra e muitos casos iam parar na delegacia de
polícia.
Conflitos
Há vários trabalhos acadêmicos e artigos que fornecem detalhes interessantes do
cotidiano dos colonos e sobre os conflitos que surgiam entre eles e os
fazendeiros. Entre alguns trabalhos e artigos que li sobre o assunto,
gostaria de destacar o trabalho de Maria Angélica Garcia baseado em
processos criminais, e relatos de litígio e desavenças entre fazendeiros e
trabalhadores rurais na região de Ribeirão Preto no período entre 1890 e
1920.2
Desde a libertação dos escravos e a chegada dos
imigrantes europeus, estabeleceu-se
uma nova forma de exploração do trabalho chamada de colonato. O fazendeiro e o
colono tinham um combinado: “o suprimento
de gêneros alimentícios e a garantia de oferta de trabalho com o seguinte
sistema de remuneração: pagamento fixo pelo cuidado do cafezal, pagamento
proporcional pela quantia de café colhido e a produção de alimentos como meio
de vida e como excedentes comercializáveis pelo próprio trabalhador,
obrigando-se o fazendeiro a permitir o plantio destes gêneros entre os pés de
café em crescimento, e quando a árvore já estava formada, impossibilitando o
plantio desses gêneros, a reservar uma área para que o colono continuasse a
cultivar os gêneros de primeira necessidade (feijão, milho, arroz).”
Havia uma
divisão organizada do trabalho regida por uma severa disciplina de trabalho com cumprimento de horários e regulamentos
com controle rigoroso do trabalho, produtividade, quantidade de café colhido,
transporte, e das saídas e entradas de pessoas na fazenda. Cada família era
encarregada de certo número de cafeeiros e cuidar do “talhão”, uma área
contínua do cafezal e a colheita era realizada pelas famílias de colonos.
Entretanto, havia muitas reclamações principalmente
contra os administradores, fiscais e feitores das fazendas de café na grande
maioria, brasileiros, indicando que ainda persistiam em utilizar formas de
controle similares aos do período da escravidão. Em muitas fotografias das
fazendas de café, é recorrente a figura do capataz sobre um cavalo percorrendo
as plantações de café.
Os
antigos camponeses italianos, não aceitariam esta forma de tratamento sem
resistência. Nas declarações das testemunhas fica claro que os imigrantes
trabalhavam arduamente, mas não estavam dispostos a aceitarem condições de
trabalho que não respeitavam o que fora estipulado nos contratos. O resultado
era desavenças, brigas e até mesmo casos de violência que iam parar nos
tribunais de Ribeirão Preto. Entre os processos criminais, e relatos de litígio
e desavenças entre fazendeiros e colonos havia pedidos de apuração sobre
denúncias de maus-tratos na fazenda de Henrique Dumont, em 1888. Segundo Maria
Angélica Garcia, as denúncias
se estendiam a outros fazendeiros da região como segue:
“Um exemplo do
teor dos discursos oficiais verifica-se numa declaração de Rodrigues Alves,
então presidente da Província de São Paulo em 1888, em ofício dirigido ao
ministro da agricultura, respondendo ao pedido de apuração de denúncias
apresentadas a ele sobre maus-tratos que colonos italianos estariam recebendo
na fazenda de Henrique Dumont, em Ribeirão Preto. Esta denúncia estendia-se a
outros fazendeiros locais como Martinho Prado Jr., João Franco, Luís da Silva
Rosa e José Melo que estariam surrando colonos e mantendo-os em péssimas
condições. Rodrigues Alves refutou as denúncias defendendo os fazendeiros
acusados, qualificando-os como figuras respeitáveis na sociedade — “dignos e
progressistas”
Bernardino Frescura, geógrafo italiano de Vicenza,
produziu textos sobre emigração italiana, a expansão comercial italiana no
exterior e as vias de comunicação (ENCICLOPEDIA TRECCANI). O autor esteve em São
Paulo e dedicou um capítulo para descrever o que viu aqui. Em 1904 ele publicou
um texto em sua Guida dello Stato di S.
Paolo nel Brasile descrevendo os tipos de fazendeiros de São Paulo:
(Pacenza, 1904, ás páginas 126 e 127):
“Por causa da grave crise econômica que atravessa o Estado de São
Paulo, devido à desvalorização do café, muitos fazendeiros hipotecaram suas
fazendas, por isso não podem respeitar os contratos com seus colonos, de tal
maneira que não são pagos os seus salários. Quem conhece bem esses lugares
divide os fazendeiros em cinco categorias: 1 – Quarenta por cento são honestos,
pagadores escrupulosos a custo de qualquer sacrifício. 2 – Dez por cento são
honestos, mas péssimos pagadores, porque privados de meios, estes procuram
providenciar o mantimento dos colonos durante o anos, como melhor podem,
deixando em crédito aqueles que, terminando o contrato, ficam em suas fazendas,
e procuram pagar integralmente aqueles que se mudam ou saem. 3 – Dez por cento,
são bons, abastados, mas péssimos pagadores por oportunidade: esses não
maltratam os colonos, matem-nos bastante bem, mas guardam o dinheiro para
usufruir os benefícios e para evitar que as famílias possam abandonar a
fazenda. 4 – Dez por cento são péssimos pagadores, porque as suas fazendas
estão longe das cidades e das vais de comunicação, por isso tratam como bem
entendem os agricultores, os quais não podem fugir devido às grandes distancias
e pela falta de boas estradas. 5 – Trinta por cento são desonestos, de má fé e
péssimos pagadores por sistema (costume): portanto, não só não providenciam o
necessário aos colonos, mas maltratam-nos, sobrecarregam-nos de multas injustas
e exageradas, tanto que os pobrezinhos se encontram sempre em dividas com o
feroz patrão e, quando à custa de todo tipo de privação alguém consegue ter
algum crédito, não vem ressarcido do seu haver, mas espancado a pauladas até
sangrar, se ousa pedir o que é dele.”
Esse
foi o clima que Giacomo e os outros imigrantes encontraram em São Paulo, mesmo
que essa nota tenha sido escrita muitos anos depois. Ainda assim, eu colocaria o Henrique Dumont
na categoria 1, e na pior das hipóteses na categoria 2. Primeiro porque ele era
um dos reis do café, assim sendo, tinha capital e recursos. Segundo, o meu
bisavô Giacomo Sarti só saiu da fazenda em 1909, quase vinte anos depois de ter
chegado lá. O fato de não ter mudado de fazenda pode ser indicativo de que as
condições de trabalho eram boas e os problemas suportáveis.
Esses
conflitos não se restringiam somente a questões de trabalho, mas também na vida
privada dos imigrantes com “intromissão no âmbito das questões consideradas
particulares, ou seja, de interesse exclusivo da família trabalhadora no espaço
reservado à moradia.” Os fazendeiros também aplicavam multas pesadas com o
objetivo de endivida-los e obrigar a permanência do colono na fazenda. As “multas
variavam entre 20 e 50 mil réis por infração, de acordo com o regulamento
específico de cada fazenda”. No momento de “receber, o pagamento acabava,
muitas vezes, com saldo negativo, ficando ainda em débito com a fazenda devido
às multas e o “acerto” da distribuição de gêneros alimentícios efetuados pelo
proprietário aos colonos.”
Como em qualquer caso de
litígio, deve-se ouvir os dois lados para se poder fazer justiça. Se de um lado
havia as denúncias feitas pelos imigrantes, do outro lado havia os que
defendiam os fazendeiros, entretanto, eles mesmos também fazendeiros. Por
exemplo, em um número da Revista
Agrícola,
mantida pelo Estado, publicada em 1898, o conde Antonelli, um nobre italiano,
reconhece que havia evidências de maus tratos, mas declarou que “as autoridades brasileiras se põem ao lado
dos pobres e desprotegidos estrangeiros, assegurando-lhes justiça contra a
gente rica e poderosa.” E em defesa dos fazendeiros, passa então, a
descrever as boas impressões que teve da fazenda de Francisco Schmidt, da
fazenda Dumont, da Companhia Agrícola Ribeirão Preto e da fazenda de Dona Veridiana
Prado.
Para contrapor este discurso da
classe dominante, Maria Angélica Garcia aponta o outro lado, ou seja, as
declarações feitas pelos trabalhadores nesses processos criminais referente aos
conflitos que resultaram em agressão, já mencionado anteriormente.
Entre as formas de resistência e
protestos estavam as greves. As greves de 1912, citadas tanto na fazenda
Dumont, mas também do Cel. Schmidt são relevantes se lembrarmos de que as
famílias Feltrin e Tiozzo possivelmente trabalhavam nelas. Em 1911, ao voltar
da Argentina, Giacomo Sarti voltou a trabalhar na fazenda Dumont ou em uma das
fazendas de Schmidt. Maria Angélica nos conta sobre as greves:
“Na greve de 1912, iniciada
pelos colonos da fazenda Iracema, de propriedade de Francisco Schmidt, as
reivindicações de melhores salários foram atendidas. A partir de um relato escrito
por um participante anônimo, publicado no jornal anarquista La Battaglia,
apresenta-se o desenrolar do movimento grevista que adquiriu grande organização
dos colonos e uma maior mobilização. Este participante anônimo curiosamente
assinava o relato como “Um Socialista” (...) [Os trabalhadores] tiveram suas
reivindicações atendidas e setenta famílias passaram a receber 600 réis por 50
litros de café colhido.”
Portanto, todos eles
estavam sujeitos às tensões que provocaram tais greves. Eles as presenciaram,
reagiram de alguma forma a elas e também sofreram as consequências, tenham sido
elas positivas ou negativas.
Vida Privada
Como na Itália, a vida não se resumia apenas ao trabalho. No final de dia, os homens guardavam as ferramentas e se encontravam em frente a venda para conversar e jogar. Alguns jogam ferradura e cartas, e bebiam aguardente em copos de barro, novos hábitos aprendidos com os brasileiros. No verão, os moços tomavam banho no açude no caminho da roça pra casa. Na colônia grupos de homens e mulheres colocavam as cadeiras pra fora de casa pra conversar enquanto as crianças corriam e brincavam entre elas e com cabras amarradas do lado de fora. Certamente havia encontros escondidos entre moços e moças à noite em algum lugar da fazenda. Houve uma adaptação do 'filó', os encontros feitos nas estribarias no Vêneto onde se contavam histórias, riam e se divertiam conversando, fora agora transferido para a área externa da casa, já que o clima quente os expulsava pra fora. Mesmo no inverno, nem de longe tão frio como no norte da Itália, nas noites frias, acendiam uma fogueira em frente a uma das casas e contavam suas histórias. Falavam da velha pátria e da saudade que sentiam, e também aprendiam sobre os costumes dos brasileiros e da nova pátria. A noite era curta, calada e escura, iluminada pelas estrelas e a lua e algumas lamparinas que se via pelas janelas abertas. Logo rezavam um terço e iam para a cama. No silencio, ouviam o cão ladrando ao longe e adormeciam. No dia seguinte se levantavam antes do nascer do sol.
Amanhece o
dia, os galos cantam, as galinhas correm soltas pelo terreiro, e logo já estão tirando
leite das vacas. O capataz toca o sino pra avisar que é hora de saírem pra
trabalhar. Logo há várias filas de colonos com enxadas nas costas indo para os
cafezais enquanto outros vão para seus postos pra carregar nas costas sacos de
café até as carroças ou carpir o mato do 'terreirão'. Nas cozinhas as mulheres começam
o almoço no fogão a lenha pra levar para os colonos que estão na roça. Essa
rotina de trabalhar, comer e dormir era quebrada com banalidades como uma
criança experimentando os primeiros passos, a chuva na fazenda que traz o
cheiro de terra molhada.
Giacomo Sarti era solteiro e morava com o primo
Abramo, a tia Rosa, a prima Maria, seu marido Natale Donegá e Mário, o filhinho.
Os três homens trabalhavam juntos no café e até imagino eles carregando sacas
de café nas costas fazendo disputa pra ver quem carregava mais sacas e mais rápido.
Os homens trabalhadores eram considerados um bom partido para casamento e com
24 anos de idade, Giacomo e Abramo já estavam preocupados em começar suas
famílias.
Domingo era um bom dia para selecionar as moças em
idade de casamento. Devemos lembrar, que os italianos não eram chegados a tomar
banho, mas sábado a noite era o dia de tomar banho e fazer a barba. Se não
podiam ir até a igreja na cidade, no domingo, reuniam duas ou três famílias e
rezavam o terço em alguma casa. Quase todas as famílias montavam altares em
suas casas com fotos de santos. Faziam almoços comunitários, e como na Itália,
se reuniam para conversar, cantar, tocar música, dançar, namorar. Era também
dia de descansar do pesado trabalho da semana.
Histórias de fazendas:
No verão, o banho era tomado nos rios ou açudes. No inverno em algum
cômodo reservado da casa. A água depois de esquentada no fogão à lenha era
misturada em um balde e com ela lavavam as mãos, o rosto e as partes
intimas. Não havia banheiro dentro de
casa.
Quem morava na roça, fazia as necessidades em uma
pequena construção chamada de patente ou latrina. Eram cubículos feitos de
madeiras construídos afastado da casa, nem tão perto, nem tão longe, às vezes
debaixo de uma árvore, ou próximo a um riacho. Eram cobertas por sapé ou telhas
chatas. Abrindo-se a porta, havia um pequeno banco, com um buraco no meio onde
o usuário se sentava para fazer as necessidades. Embaixo havia uma fossa onde
os dejetos caiam. Deixavam dentro da patente, sabugos de milhos para os
usuários se limparem e alguns deixavam cinza para se jogar após o uso, para
diminuir o cheiro desagradável. As portas eram trancadas por uma tramela do
lado de dentro e também do lado de fora. Geralmente, uma patente era de usada
por mais de uma família. E durante a noite, era iluminada por uma lamparina.
Depois de meses de uso, quando a fossa enchia, mudava-se a patente de local, ou
seja, retiravam a pequena construção e a carregavam inteira sobre uma nova
fossa. A antiga era coberta com terra. Quando alguém ia usar a patente, outra
pessoa ia quietinha e virava a tramela trancando a pessoa lá dentro. Crianças
caiam dentro das patentes e tinha que ser resgatadas pelos mais velhos. Por
isso, pediam para as crianças não trancarem as portas.
Para apanhar água para beber ou cozinhar, havia poços
de água ou fontes onde os moradores pegavam água com baldes ou porongos,
recipientes de cabaça. Em alguns casos, sob a fonte, havia um tanque para as
mulheres lavarem as roupas, mas a maioria lavava em riachos na fazenda.
Além da cachaça, aos poucos começaram a experimentar feijão,
arroz à moda brasileira. Alem da aguardente, conheceram o charque e a mandioca.
Começaram a comer frutas como bananas, mangas, jaboticabas, mexericas e
abacaxis. Mas aqui também faziam e ainda se alimentavam da polenta, o prato do
dia a dia deles e ensinaram aos brasileiros como fazê-la. Aos domingos preparavam
macarronada com molho de tomate, para matar as saudades da Itália. Na bodega ou
na cidade se podia comprar vinho e queijo.
Quando necessário, o fazendeiro trazia o médico até a
fazenda. As consultas e os remédios eram caros, e como não tinham dinheiro,
tudo era anotado na caderneta do patrão para ser pago na época da safra. Casos
mais graves eram tratados em hospitais nas cidades. Havia casos de roubo, dos mais simples, de
galinhas até novilhas, já gordas. Para grande parte dos colonos imigrantes, a
vida não era fácil. Sentiam faltas de uma enfermaria, escola, e até mesmo uma
capela onde rezar. A capela era só do fazendeiro que só abria quando vinha o
padre fazer a desobriga, casar, batizar, rezar a missa. Havia também a questão
do idioma. O patrão, os capatazes e os padres falavam português. Além de alguns
trabalhadores brasileiros, havia também imigrantes portugueses e espanhóis. No
inicio pouco se entendiam.
O homem, a mulher e seus papéis
A mulher tinha um papel importante na família italiana, assim como a
mulher e mãe brasileira. Dentro do contexto do século XIX, entendemos que a
mulher não tinha a liberdade que desfruta hoje, mesmo as mulheres que moravam
na casa grande. Quem decidia o que está certo ou não era o marido e pai. Ser
filha do fazendeiro, não era garantia de ser alfabetiza e os casamentos eram arrumados
entre os fazendeiros. A moça deveria ser recatada e prendada. Não se aceitava o
casamento entre filhos de patrões com imigrantes. Entretanto, o filho do patrão
rodeava moças italianas quando as viam sozinhas. Na cidade os moços agarravam
as moças, empregadas da casa, enquanto penduravam a roupa no varal. Era elas
quem tinham que se defender. Alguns fazendeiros mantinham uma mulher italiana
na cidade como amante, e casavam-se com a mulher escolhida pelo pai.
As mulheres em geral, eram as primeiras a se
levantarem, muitas vezes, antes do sol nascer. Elas ou uma das filhas tiravam o
leite da vaca, coavam o café e cortava o pão. Os homens levantavam, comiam e se
arrumavam para ir para o cafezal. As mulheres, brasileiras ou italianas, passam
o dia na cozinha. A maioria das mulheres imigrantes trabalhava lado a lado dos
homens, quer fossem seus pais ou maridos, na lavoura do café e também em casa
quando chegavam da roça. As filhas mais velhas ajudavam a criar os irmãos
menores, enquanto a mãe ou ia à roça. Começavam a trabalhar com enxada aos seis
anos. Logo sabiam usar machado pra cortar lenha. Casavam cedo, entre 16 e 20
anos.
Depois de casadas, normalmente iam morar com a sogra,
como era costume na Itália. Levantavam cedo, davam de mamar ao filho menor,
programavam o almoço e cozinhavam, colocavam em caldeirões e levavam o almoço
até a roça para os homens comerem. Às vezes ficavam lá pra ajudar, ou se não
fosse época de colheita, voltavam com as tralhas para casa, as vezes um filho
ao colo. Quando os filhos ficavam mais velhos, digo aos sete anos de idade, um
deles fazia este trabalho de levar a comida no cafezal, e ficavam lá ajudando a
capinar. Em casa, a mulher aguava a horta de verduras e legumes, colhia
verduras, tratava os porcos, buscava água na fonte encaminhava a janta. Servia
a comida ao marido e aos filhos e só se servia depois que todos eram servidos.
Depois de comer, lavava a louça, remendava quando necessário, muitas vezes sob
a luz de uma lamparina.
Um ou dois dias da semana, lavava a roupa que haviam
sujado durante a semana e as vezes passavam roupa com o ferro aquecido com
brasas. Minha mãe, nascida em 1936, recorda que sua mãe lavava roupa uma vez na
semana. Naquela época não havia água encanada para realizar esta tarefa. Com o
auxílio de um balde, recolhia a água da mina. A menina observava atentamente a
mãe que batia as roupas na prancha, deixava de molho no sol e depois as torcia
com muito cuidado. O sabão era caseiro e deixava as roupas limpas e cheirosas. Nem
todas as mulheres compravam o sabão na venda. Elas tinham que fazer o sabão pra
lavar louça e as roupas em casa. Muitas vezes ferviam as roupas muito
encardidas em tachos. Faziam a fogueira sob duas pequenas fileiras de tijolos
ou pedras, colocavam o taxo com as roupas encima e reviravam as roupas com uma
vara. Depois tinham que escorrer e enxaguar várias vezes. Nessas horas, era
preciso unir forças e era comum juntarem três ou mais mulheres para trabalharem
juntas.
Também faziam
pão em casa, e quando matavam porco, faziam a linguiça. Nas cidades das Serras Gaúchas,
as mulheres faziam algumas coisas das quais as imigrantes italianas de São
Paulo foram poupadas, como cortar lã de ovelhas, tirar pena de pato pra fazer
travesseiros, fazer cobertores, preparar doces e marmeladas, e fazer queijos. Tinham
uma jornada longa de trabalho e aceitavam isso como natural. Na época da
colheita, passavam mais tempo ajudando no cafezal.
Aos domingos, único dia de descanso permitido, era na
verdade um dia de trabalho variado. Os que podiam, iam à missa na cidade,
muitas vezes à cavalos, na volta as mulheres preparavam a massa ou polenta para
o almoço, e também ensinavam o catecismo aos filhos. Era nesses dias que os homens geralmente se
juntavam para matar um porco. Era um dia de festa. Depois faziam a linguiça e
lavavam tudo o que usaram.
Mas em geral, durante a semana, os homens, maridos ou
filhos, ao voltarem da roça, tratavam os bois, e cortava lenha para o dia
seguinte, consertava algo em casa que a mulher não conseguiu. Era também papel
dos pais italianos, guardar a honra das filhas para elas poderem se casar com
um bom partido, leia-se aqui, um italiano trabalhador. Quando ele desconfiava
que a filha saia escondida para encontrar alguém, saia aos gritos e empurrões.
“O beijo é porta aberta pra perdição!” “não
quero ver filha mia se esfregando com ninguém por ai! Eu ti mato disgraciata!”
Algumas caiam na cinta, isso quer dizer, apanhavam dos pais.
Viagens até a cidade:
Como vimos no capítulo anterior,
havia um tronco da ferrovia Mogiana, com cerca de 25 km, construída pela
Companhia Mogiana saindo de Ribeirão Preto até a fazenda Dumont. Henrique
Dumont, o dono da fazenda Dumont, comprou este tronco e passou a operá-la,
inclusive com transporte publico de passageiros. Mas ela só começou a operar em
1890, portanto, os membros da minha família não fizeram uso dela em 1888.
Entretanto, a partir de 1890, eles devem ter feito várias viagens da fazenda até
Ribeirão Preto, especialmente para oficializar casamentos, registrar os nascimentos
dos filhos e para os batizados. Alguns registros de casamento,
nascimento, batismo e óbito foram encontrados em Sertãozinho, outros em
Ribeirão Preto. Portanto, costumavam ir às duas cidades. Mas não havia trem de
Dumont a Sertãozinho, assim iam de charrete ou à cavalo.
Conclusão:
Essas informações nos mostram o tipo de fazenda em que os Sarti, Feltrin
e Tiozzo foram trabalhar, bem como o perfil do novo patrão, Henrique Dumont.
Não seria nada comparado ao trabalho que faziam como camponeses no Vêneto. No
capitulo anterior, vimos que Henrique Dumont foi um dos cafeicultores atraídos
a região de Ribeirão Preto na década de 1870. Mas vamos retroceder um pouco no
tempo para conhecê-lo melhor.
Os imigrantes deixaram o Vêneto em 1888.
Eles estavam sob o domínio de Humberto I, Rei da Itália. Emigraram para o
Brasil que era governado pelo Imperador D. Pedro II, mas tornaram-se súditos do
rei do café cujo filho tornou-se o pai da aviação. Vale a pena lembrar aqui as
palavras do sociólogo Harari: “A
história é o que algumas poucas pessoas fizeram enquanto todas as outras
estavam arando campos e carregando baldes de água.” (Harari, Homo Sapiens -
p144)
Neste caso, a historia da fazenda Dumont que
hoje é um município, a história de muitos homens que, como Santos Dumont,
puderam se dedicar a descobertas que lhes deram fama e fortuna, deve-se em
parte aos muito homens e mulheres, entre eles imigrantes de vários países, que
se gastaram nos campos e lavouras de café. Mas neste livro, o objetivo não é
deixar o que eles fizeram ficar apenas inscrito no rodapé da Historia. Este é
um livro para contar a história deles. Por isso, vamos voltar a falar sobre os
nossos heróis que chegaram aqui em 1888 no próximo capítulo.
Notas e Referencias:
- E.F. Dumont – Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht
- Veja também: http://www.estacoesferroviarias.com.br/d/dumont.htm
- Trabalho e resistência: os trabalhadores rurais na região de Ribeirão Preto (1890-1920). RIBEIRÃO PRETO • A cidade como fonte d e pesquisa | USP-Ribeirão Preto 185- Maria Angélica Momenso Garcia.
Fontes:
- Imigração italiana em Ribeirão Preto - http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/ view/126810
- Famílias italianas em Ribeirão Preto: suas vidas e suas obras(1890-1900) Pesquisador responsável: Aparecida de Glória Aissar, Beneficiário: Rosana Aparecida Cintra – Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Biblioteca virtual da FAPESP
- ITALIANOS EM RIBEIRÃO PRETO-SP: Família e Nupcialidade (1890-1900). Rosana Aparecida Cintra.
- Ribeirão Preto 162 anos – Mais de 70 mil imigrantes fizeram história nacidade – Nicola Tornatore – Redação Tribuna publicado em 19/06/2018 no endereço eletrônico:
- A IMIGRAÇÃO PARA SÃO PAULO: A viagem, o trabalho, as contribuições – Paulo Carnier Júnior (O TRABALHO NAS FAZENDAS)
- Youtube – Patente: curiosidades do banheiro de antigamente
- Artigos produzidos pela Embrapa: Café: Beneficiamento eindustrialização.
- Prefeitura de Dumont – Cidade e História
- PERRINI ZAMBONI, Sílvio. O Café no Norte Paulista: A crise de 1929 nafazenda Dumont. Dissertação de Mestrado para a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP Piracicaba – 87 p, 1979
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