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28 – Lutos e Proles (1940 - 1965)

Morrem os patriarcas (1940 - 1945)

A família de Ângelo Sarti e Virginia Tiozzo crescia com a chegada de Lourdes (Nêga), a segunda filha do casal. Entretanto, essa boa notícia seria seguida de uma notícia trágica. No dia 04/12/1940 morria às 0:20 Giacomo Sarti de Insuficiência mitral (doença cardiovascular) com 76 anos de idade. Na certidão de óbito diz que ele deixa seis filhos: Bruno (45), Marcelo (40), Angelina (35), Antônia (28), Angelin (30) e foi atestado por Amadeu Pagliuso. Foi enterrado no cemitério de Jaborandi, SP e deixou Amabile Feltrin viúva, com 68 anos. 

Giacomo Sarti perdeu a mãe aos 10 anos de idade. Emigrou do Vêneto para o Brasil com 25 anos de idade em 1888. Casou-se em 1889 com Amabile e começou a sua família. Tiveram oito filhos. Dois morreram antes dele, Maria aos 17 anos de idade e Enricco (Henrique) aos 45. Sete desses filhos lhe deram mais de cinquenta netos. Alguns nasceram depois de sua morte e ele nem os conheceu. Mudou-se para a Argentina com todos os filhos e retornou para o Brasil em 1911. Ele trabalhou muito, cometeu erros e acertos, mas viveu uma vida longa para a época. O nome Sarti aparece entalhado na parede do Museu do Imigrante em São Paulo. Ele é um deles. Uma justa homenagem! 

Em 1941 os membros da família de Bruno Sarti, Carlo Tiozzo e o filho Dino Tiozzo que moravam em Terra Roxa, SP mudaram-se para a fazenda Tarumã, João Ramalho, distrito de Quatá, região de Presidente Prudente, SP e Rancharia, SP. Néle, filha de Carlo Tiozzo continuou em Terra Roxa, SP com o marido Luiz Bombardim e seus filhos. No mesmo ano, em 27/09/1941 Dino Tiozzo (36) o irmão viúvo da minha avó Virginia Tiozzo, casou-se com Apparecida Antonia Ramos (19) também viúva. Ele era viúvo de Elvira Goratto, que morrera em Terra Roxa, SP em 4/3/1933. (Foto do casal abaixo)

Um ano depois, houve a morte de duas imigrantes italianas. Antônia Boscarato em João Ramalho, SP e Amabile Feltrin em Colina, SP. A última, já viúva de Giacomo Sarti. Em 07/03/1942 morre Antônia Boscaratomãe de Virginia e avó do meu pai, na cidade de João Ramalho, Quatá, SP. Ela tinha 69 anos de idade e a causa da morte foi colapso cardíaco, miocardite crônica e senilidade, atestado pelo Dr. Floriano de Paula Martins. Por muitos anos minha avó Virginia lamentava o fato de não ter visto sua mãe morta. São quase 400 quilômetros de distancia entre João Ramalho e Colina. Na época não havia comunicação por telefone. Quando minha avó recebeu a noticias, não daria tempo de ir até lá. Em seu atestado de óbito diz que ela era viúva e tinha 81 anos de idade. Estas informações estão erradas. Pela certidão do segundo casamento de Dino Tiozzo, ela nasceu em 20/09/1873 e pela certidão de casamento em inteiro teor de Ângelo e Virginia Tiozzo, ela tinha 57 anos de idade em 1930. Portanto, ela nasceu em 1873. O atestado está em nome de Antônia Boscaratta Tiozzo, mas seu nome era Maria Antônia Boscarato. As mulheres italianas não usavam o sobrenome do marido quando se casavam. Não era costume. Minha avó Virginia, por exemplo, ao se casar, não adicionou o nome Sarti ao seu.

No dia 27/09/1943 morre Amabile Feltrin aos 73 anos de idade, às 4hs, em domicílio, de arteriosclerose generalizada. Moravam na fazenda Recreio, por isso foi enterrada no cemitério de Colina. O atestado de óbito dela está registrado no cartório de Colina. Foi declarante Jovelino Gonçalves Moreia, provavelmente administrador da fazenda. Não conta os nomes dos filhos dela, e erroneamente indica que é filha de Felicio Feltrin (Felice Feltrin) e Luiza Orbesina (Luigia Gabrielli).

Segundo meu pai, entre 1939 e 1940, enquanto moravam na fazenda Aparecida, morreram três pessoas na família:  Vitório, Giacomo e Aparecida, irmã de Reinaldo. Ângelo estava desgostoso com tantas lembranças ruins. Foi também um ano de seca, prejudicando a plantação de algodão. Por esse motivo, ele resolveu voltar para a fazenda Recreio em Colina onde meu pai havia nascido. Mas foi lá que morreu sua mãe em setembro de 1943.

Mas nem tudo era ruim. Outros membros foram acrescentados à família de Ângelo e Virginia. Augusto Sarti nasceu no dia 28/08/1942. Ele é o quinto filho do casal. Em 24/04/1945 nasce Evaristo Sarti, o sexto filho deles. Entretanto, no inverno de 1945 Virginia recebeu outra notícia ruim: o falecimento de seu pai.

No dia 30/06/1945 às 14 horas, morreu Carlo Tiozzo aos 74 anos de idade de asma cardíaca e senilidade.  A morte se deu na fazenda Colonião, em João Ramalho, SP. No atestado de óbito diz que Augusto Marques foi o declarante e o atestado de óbito foi assinado pelo Dr Floriano de Paula Martins, o mesmo médico que assinou o atestado de sua mulher, Maria Antônia Boscarato. Coincidência ou não, ele indicou que os dois sofriam de senilidade. Seria apenas debilidade física ou seria também debilidade mental? Isto é interessante visto que minha avó Virginia Tiozzo sofreu de senilidade mental nos últimos anos de vida e seu filho mais velho Antonio morreu com Alzheimer. 

Morre assim o ultimo patriarca imigrante, Carlo Tiozzo (74). Entre os imigrantes que chegaram ao Brasil no segundo semestre de 1888, o primeiro falecimento, do qual temos registro, foi o de Felice Feltrin (70), pai de Amabile Feltrin, em fevereiro de 1916. Felice Tiozzo, o pai de Carlo Tiozzo tinha 63 anos em 1888 quando chegou ao Brasil. Portanto deve ter morrido alguns anos depois. Giacomo Sarti (78) morrera em dezembro de 1940. Maria Antônia Boscarato (69) morreu em março de 1942 e Amabile Feltrin (73) em setembro de 1943.

Todos eles vieram do Vêneto, a mesma região da Itália, mas morreram em cidades diferentes aqui no Estado de São Paulo: Sertãozinho, Jaborandi, Colina e João Ramalho. Eles se foram, mas deixaram vários descendentes para dar continuidade aos seus sobrenomes e os costumes trazidos do Vêneto. Hoje praticamente todos os filhos desses imigrantes também já se foram, mas ainda há vários de seus netos, bisnetos e tataranetos que carregam com orgulho os sobrenomes Sarti, Feltrin e Tiozzo. 

Assim como os riachos e córregos juntam e misturam as águas e se transformam em rios caudalosos, as famílias misturam o sangue e se multiplicam. Primeiro foram Giacomo Sarti e Amabile Feltrin, e Carlo Tiozzo e Antonia Boscarato, que formaram duas famílias. Depois suas famílias se juntaram a família dos Tiozzo e outras famílias. Assim o sangue dos Sarti e Feltrin se misturou ao sangue dos Tiozzo e Boscarato.  Três membros da família Tiozzo, casaram com três membros da família Sarti. Houve os casamentos dos outros filhos, mas torna-se uma missão quase impossível alistar todos os nomes aqui. Assim sendo, deixo anotado aqueles relacionados a família de Giacomo Sarti e de Carlo Tiozzo:

Familía Sarti:

Giacomo Sarti e Amabile Feltrin tiveram 8 filhos e mais de 50 netos. Seus filhos foram: 1) Henrique (Enricco), 2) Bruno, 3) Antônia, 4) Ângela (Angelina), 5) Marcelo, 6) Maria, 7) Ângelo e 8) Rosa (Loli).

          Os filhos de Giacomo e Amabile são oito. Abaixo os nomes deles, suas esposas e seus filhos:

1) Henrique Sarti casou-se com Maria Bolognesi em 10/05/1913 e tiveram 5 filhos: Nêne (Primo), José ou Giuseppe (Bepim ou Bépe), Idalina, Pina (Josephina), Olivana (Oliana). Henrique faleceu em 1936 com 45 anos. Comparado aos seus irmãos, teve poucos filhos.

2) Bruno Sarti casou-se com Eugênia Tiozzo e juntos tiveram 10 filhos: Luiggi (Luiz) Tiozzo, Helena, Virginia, Idalina, Maria, Isaura (Pascualina?), Giacomo, Carlos, Antonio (Tonho), Aparecida (Augusto).

3) Antônia Sarti casou-se com João (Giovanni) Tiozzo e tiveram 10 filhos: Leandro, Ângelo (Nêne), Berto, Antônio (Tonho), Nelson, Amália, Nena, Nair, Cida. (Essas informações são baeadas nas anotações deixadas por meu pai Reinaldo Sarti. (No site FamilySearch aparecem os seguintes nomes: Leandro Tiozzo, Maria Aparecida Tiozi, Alberto Tiozzo, Aleandro Tiozzo, Amalia Tiozzo, Ana Luiza Tiozzo, Antenor Tiozzo, Guilherme Tiozzo Bon, Nair Tiozzo, Nelson Tiozzo, Umberto Tiozzo)

4) Angêla (Angelina) Sarti. (não tenho informação) 

5) Marcelo Sarti casou-se com Angelina Logarini e tiveram 12 filhos: Clorinda (Nega), Zaira, Maria, Laura, Dusulina, Rosa, José (Zeca), Ângelo (Nenê), Natal (Titi), Nelson, Laurindo, João (Ninho).

6) Maria Sarti faleceu aos 17 anos, solteira.

7) Ângelo Sarti casou-se com Virgínia Tiozzo e teve 13 filhos: Antônio, Olívio (morreu com 8 meses), Geraldo, Reinaldo Sarti, Augusto, Evaristo, Vitalino (Nego), Luiz Paulo, Aparecida (morreu com 8 meses), Lourdes (Nega), Zulmira, Nadir, Fátima (morreu no parto).

8) Rosa Sarti Balan (Loli) casou-se com Ângelo Balan e tiveram duas filhas: Maria Balan e Alice Isaura. (não tenho informação de outros filhos)

Familía Tiozzo:

Segundo meu pai, Carlo Tiozzo e Antônia Boscarato tiveram 8 filhos, sendo: 1) João, 2) Antonio, 3) Dino, 4) Saino (Savinio), 5) Eugênia, 6) Nele (pronuncia-se Néle), 7) Virginia (Dirce), 8) Maria. Mas no atestado de óbito de Carlo Tiozzo, consta o nome de apenas seis. Não aparecem os nomes de Antonio e Saino (Salvino). Quanto aos filhos deles, eu só tenho informação dos filhos de Eugênia Tiozzo (Sarti), João (Giovanni) Tiozzo que se casou com Antônia Sarti e Virgìnia Tiozzo (Sarti) que se casou com meu avô paterno, Ângelo Sarti.

Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945)

O Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial após ceder à pressão do governo norte-americano para encerrar o período de neutralidade adotado pelo presidente Getúlio Vargas. Até 1937, o Brasil mantinha relações cordiais com a Alemanha, condição que foi rompida no ano seguinte, em 1942, quando o Brasil rompeu relações diplomáticas com o Eixo. Assim, 19 navios brasileiros foram atacados na costa brasileira pelas forças alemãs causando a morte de 500 pessoas.

Houve intensa pressão popular para a entrada do Brasil na guerra e o governo de Getúlio Vargas passou a apoiar os Aliados. Getúlio Vargas conseguiu que o presidente norte-americano, Franklin Roosevelt, modernizasse as Forças Armadas e concedesse empréstimos para construir uma usina siderúrgica (a CSN - Companhia Siderúrgica Nacional – localizada) no país  em Volta Redonda/RJ.  Em troca, o Brasil cedia um terreno no Rio Grande do Norte para os americanos instalarem uma base militar.

A declaração de guerra contra a Alemanha e a Itália ocorreu no dia 31 de agosto de 1942. O Exército brasileiro, porém, contava com um parco contingente e foi preciso convocar recrutas e reservistas, como médicos, enfermeiras e advogados. Também a recém-criada Força Aérea Brasileira (FAB) participou do conflito.

Os soldados brasileiros chegaram no dia 16 de julho de 1944 à Itália. Lutando ao lado do exército dos EUA, os brasileiros conseguiram expulsar o Exército alemão que ainda resistia no norte da Itália. Em setembro de 1944, os soldados brasileiros tomaram Massarosa, Camaiore e Monte Prano. No início de 1945, ajudaram a conquistar pontos estratégicos como Monte Castelo, Castelnuovo e Montese. A guerra terminou em maio de 1945. Houve 454 soldados mortos durante o conflito. Após a assinatura de rendição alemã, a FEB começou a ser desmobilizada logo na Itália.

A ida do contingente brasileiro à Europa aumentou as contradições internas do governo de Getúlio Vargas. Afinal, os brasileiros foram lutar contra uma ditadura, mas viviam sob um regime antidemocrático. Receoso que esses soldados, agora experientes, pudessem se voltar contra o governo, Vargas se apressa em desfazer o contingente militar. A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial começou em 16 de setembro de 1944, durou sete meses e teve como objetivo a libertação da Itália. Em 02/09/1945 era o Fim da segunda guerra mundial. 

Os próximos vinte anos (1945 – 1965)

Morrem os patriarcas italianos, ficam os seus filhos como patriarcas de grandes clãs. Ângelo Sarti é agora o novo patriarca de uma numerosa família. Ficou para trás A fazenda Dumont e Terra Roxa, SP. Em 1953, parte da fazenda Dumont que havia sido loteado passou a ser uma cidade, o qual passou a ser Distrito de Ribeirão Preto. Nem mesmo a fazenda onde meus antepassados viveram desde 1888, quando chegaram ao Brasil e onde meus avos nasceram, existia mais. Agora tudo aconteceria em Colina, SP. Uma nova cidade, outras fazendas, mas onde meu avos Ângelo Sarti e Virginia Tiozzo levariam a mesma vida de seus pais, como colonos trabalhando na lavoura do café. 

Em 10/09/1947 nasce Zumira Sarti, filha de Ângelo Sarti e Virginia Tiozzo, na fazenda Aparecida. Quando ela era ainda recém-nascida, voltaram para a fazenda Recreio, Colina, SP. Dois anos depois, em 28/07/1949 nasce Vitalino Sarti (Nego) em Colina SP. Em agosto de 1951 morre Geraldo Sarti, aos 16 anos. A causa da morte é desconhecida. Este acontecimento marcou muito a vida da família de Ângelo. Ângelo deve ter se lembrado de sua irmã, Maria Sarti que morrera com apenas 17 anos em março de 1921 quando moravam em Terra Roxa, SP. Ele tinha 12 anos e deve ter sido um momento traumatizante para ele. Minha avó choraria a morte desse filho por muitos anos no futuro. Geraldo foi enterrado no cemitério de Colina, SP. Em 1983, a família comprou um tumulo naquele cemitério e seus ossos estão no mesmo local até hoje. (Antonio e Geraldo Sarti na fotografia)

Em 19/10/1951 nasce Nadir Sarti na fazenda Recreio, Colina, SP. No ano seguinte, em 1952, Marcelo Sarti (52) e Ângelo Sarti (47) e suas respectivas famílias mudam-se da fazenda Recreio para a fazenda Retiro em Colina, SP.  

A partir de então a família de Ângelo Sarti e Virginia Tiozzo começa a aumentar cada vez mais. Em 24/11/1952 Antonio Sarti, o primogênito do casal, casou-se com Clair Passarelli. Tiveram uma filha, mas faleceu. O casal teve sua segunda filha Zenaide Sarti em 02/09/1954. Acontece que dois meses depois, minha avó também tem um filho, seu ultimo. No dia 29/11/1954 nasce Luiz Paulo Sarti. A história iria se repetir quando minha tia Clair ficaria grávida junto com sua filha Esmeralda e ambas teriam filhos no mesmo ano, mais de vinte anos depois. 

Outra grande tristeza na família foi a morte da irmã do meu pai, Lourdes, conhecida como Nega. Era o dia 07/12/1959 e ela tinha apenas 19 anos de idade. Ela já era casada e deixou dois filhos, o Nivaldo, conhecido como Lilo e Lourdes, conhecida como Tuta. A causa da morte é desconhecida. Virginia, ainda triste com a morte do filho Geraldo (16) em 1951, teria que lidar com a perda de mais um filho jovem.  (Fotografia de Lourdes com seu marido José)

Reinaldo Sarti 

Agora era a vez do meu pai começar a família dele. Reinaldo Sarti tinha 22 anos, e Maria Aurélio 23. Casaram-se em 28/02/1959, em Colina, SP, e o curioso é que no registro consta que o nome de sua mãe era Virgilina. Ambas minhas avós, por parte de mãe e de pai chamavam-se Virginia.

A primeira filha dos meus pais, Reinaldo e Maria foi Aparecida de Fátima Sarti, mas ela morreu com apenas 3 meses e 8 dias. Mas no dia 28/11/1960 nasce Elza Aparecida Sarti, segunda filha do casal. O parto foi feito na Santa Casa de Bebedouro, SP.  

Nesta época, minha mãe diz lembra-se da visita de uma irmã do Ângelo, filha do Giacomo, talvez a Loli no Retiro. Minha mãe acha que ela era casada, mas não tem certeza. Eu acredito que a Loli seja a Rosa Sarti, que nasceu na Argentina em 1910. Mas não consegui documentos para comprovar esta suspeita. Conforme mencionei anteriormente, no site familysearch encontrei o nome de Rosa Marta Sarti Balan, nascida em 1910, casada com Ângelo Balan. Ela teve uma filha em 24/10/1932 chamada Maria Balan, e outra filha chamada Alice Isaura do Nascimento em 09/02/1944 na fazenda Floresta, Terra Roxa, SP. O interessante é que no registro de casamento de meu avô Ângelo Sarti consta que foi testemunha de casamento dele o senhor Mario Balan, provavelmente parente de Ângelo Balan. (Fotografia de Elza A. Sarti)

Em 1962 a família de Marcelo Sarti (62) e Ângelo Sarti (57) mudam-se para a fazenda Jangada em Barretos, SP. Foi no hospital de Barretos, SP que no dia 11/01/1962, às 15 horas da tarde, eu nasci. Meu pai Reinaldo tinha então 25 anos de idade. Ele só pode ir à cidade de Barretos, quase duas semanas depois para fazer o meu registro de nascimento. Com medo de ter que pagar multa por demorar em registrar, ele disse que eu tinha nascido no dia 25/01/1962 e esta é a data que consta no meu registro de nascimento. Tenho que conviver com isso! Tudo para evitar pagar uma multa. O Meu nome é uma homenagem a Luiz Paulo Sarti, o irmão mais novo do meu pai e Antonio Sarti, seu irmão mais velho. Assim ficou sendo Luiz Antonio Sarti

Em setembro de 1962 as famílias de Marcelo Sarti (63) e Ângelo Sarti (58) mudam-se da fazenda Jangada, Barretos para fazenda Caçula, Colina, SP. Pouco tempo depois o irmão do meu pai, Augusto Sarti (21) mudou-se para São Paulo.

Um ano depois, em 26/10/1963 Bruno Sarti, o segundo filho de Giacomo Sarti e Amabile Feltrin, morreu em São Jorge do Ivaí, PR, com 72 anos. Segundo o atestado de óbito, ele morreu de amolecimento cerebral. O sepultamento foi feito na mesma cidade. Deixou os filhos: Helena (48) Luiz (46) Virginia (44) Idalina (42) Maria (40) Izaura (38) Giacomo (36)   Carlos (33) Antonio (31) aparecida (25), ou seja, 10 filhos. A certidão de óbito dele estava em nome de Bueno Sarti, um erro de grafia, mas já foi retificado por uma de suas bisnetas.

Em novembro de 1963, Reinaldo Sarti, a esposa Maria Aurélio Sarti com os filhos Elza Aparecida Sarti e Luiz Antonio Sarti mudaram-se para São Paulo.  (Veja a postagem 3 – Êxodo Rural) Ângelo Sarti foi para a fazenda Palmital em Colina, SP.

Todas as informações até aqui são curtas, sem detalhes e grande parte delas foram tiradas de documentos como registros de nascimento, casamento e óbito. Algumas dessas histórias foram embelezadas ou melhoradas com a ajuda de informações de membros da família. Um deles foi o meu pai. Reinaldo Sarti nasceu em 1937 e sempre contava histórias de sua vida nas fazendas em Colina, SP, onde passou boa parte de sua vida. Um dia eu resolvi sentar ao lado dele e pedi para ele relatar o que se lembrava. Foram necessários vários dias. As informações que eu coletei, diretamente dele estará no próximo capitulo e enriquecerá muito as informações desse capítulo.

Mas desta vez, eu vou deixar que ele mesmo conte esta história. Por isso o próximo capítulo está escrito na primeira pessoa do singular. Minha intenção é que o leitor imagine a voz do meu pai contando a sua história.  

Fontes e referências: 

Segunda Guerra Mundial 

Comentários

  1. ligia morais borges1 de julho de 2020 às 14:13

    Família de Marcelo Sartii- esposa: Angelina Logarini ( filha de Antonio Logarini e Duzulina Beni)

    filhos de Marcelo e Angelina: Angêlo (nenê), João (ninho), Natal ( Titi), Clorinda (Nega), Zaira, Laura, Rosa, Duzulina, Laurindo , José (zeca, Nelson e Maria.

    Laurindo casou com Paula.
    Angelo Sarti casou com Aparecida
    Duzulina Sarti casou com Angêlo Antonio Moraes
    José Sarti casou com Maria Aparecida.
    Natal Sarti casou com Isabel (ela é vida e mora em Campo Mourão-PRN)
    Clorinda casou com Joaquim Tapia
    Zaira casou com Marcelo Climionato
    Rosa casou com Antonio Soares
    Laura casou com Benedito

    Nelson e João- Não se casaram

    O Nelson e Nene são vivos e vivem em Bebedouro-SP

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  2. Meu nome é Cintia, sou bisneta do Marcelo Sarti, neta da Duzulina. Meu pai Alcino foi criado pelos avós maternos (Marcelo Sarti e sua esposa Angelina Longarini). Aqui está as informações sobre os filhos e netos de Marcelo Sarti.

    Filhos do Marcelo: Ângelo Sarti (Nenê), João Sarti (Ninho), Natal Sarti (Titi), Clorinda Sarti (Nega), Zaira Sarti, Laura Sarti, Rosa Sarti, Duzulina Sarti, Laurindo Sarti, José Sarti (Zeca), Nelson Sarti e Maria Sarti.

    Laurindo casou com Paula. Filhos: Marli Sarti, Marlene Sarti,Maria Inês Sarti, Helio Sarti, Mário Sarti,Marcelo Sarti Neto, Laudicéia Sarti.

    Angelo Sarti casou com Aparecida. Filhos: José Carlos Sarti, Luiz Antônio Sarti, Sueli Sarti,Reinaldo Sarti, Paulo Sarti, Sirlei Sarti.

    Duzulina Sarti casou com Ângelo Antônio Moraes. Filhos: Moacir Antônio Moraes, Maria Aparecida Morais, e os gêmeos Alcino Antônio Moraes e Alvino (Alvino morreu ainda bebê)

    José Sarti casou com Maria Aparecida. Filhos: Maria da Conceição Sarti,José Luiz Sarti, Marta Sarti, Angelita Sarti, João Sarti, Marcos Sarti, Daniel Sarti.

    Natal Sarti casou com Isabel, ela é viva, mora em Campo Mourão.
    Filhos: Zenaide Sarti, Zoraide Sarti e Zenilde Sarti.

    Clorinda casou com Joaquim Tapia. Filhos: Ricardo Tapia, Nelson Tapia, Jorge Tapia, Angelina Tapia, Joaquim Tapia, Joana Tapia, Marcelo Tapia, Maria Tapia.

    Zaira casou com Marcelo Cimionato. Filhos: Paulo Cimionato, Lourdes Cimionato, Sebastião Cimionato, Mário Cimionato, Nadir Cimionato, Antônio Carlos Cimionato e Antônio Cimionato

    Rosa casou com Antônio Soares. Meu pai não conheceu

    Laura casou com Benedito. Filhos: João, Marcelo, Angelina.

    Nelson e João são solteiros.

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  3. Obrigado Cintia. Muito bom conhecer mais membros da família. O que me impressiona é como eles repetiam nomes. Até um Luiz Antonio Sarti, igual ao meu nome tem entre os nomes! rs

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