No início da pesquisa da historia da minha família, minha principal
pergunta era: “De onde veio meu bisavô?” Até chegar a Castelguglielmo, fiz
uma viagem imaginaria por varias outras cidades dentro de uma mesma região,
o Vêneto no nordeste da Península Italiana. O ponto de partida
foi Rovigo onde Amábile Feltrin, minha bisavó nasceu. Cada documento
trazia o nome de um novo local, uma nova comuna (município) e
província. E pesquisando mais ainda, logo ficou claro que eram de uma região
chamada Polésine, ou planície do Vêneto. Conhecer o Vêneto atual não
bastava, seria necessário fazer uma viagem ao passado, ao Vêneto de 1888 para
entender os motivos que os levaram a emigrar. Quanto mais eu cavava, mais
percebia que as raízes da família se aprofundavam ao longo da História e esta
viagem me levou muito mais longe do que eu podia imaginar. Fui parar na
Pré-História.
Aos poucos colecionei tantas informações interessantes que no momento de
partilhar aqui, não sabia por onde começar. Deveria primeiro descrever sobre a
geografia do local? Contaria a história da região cronologicamente?
E o que dizer dos habitantes da região, sua História e cultura? Por exemplo,
descobri que os vênetos inventaram o balde por volta de 500 a.C. e eram
chamados ‘sítula’ e que eles tinham os melhores cavalos da Europa e Ásia
na época dos Romanos. Como poderia partilhar estas informações sem tornar a
narrativa estafante e enfadonha? Tentarei simplificar aqui os pontos
interessantes sobre a fascinante história desta região e do povo que habitou o
Vêneto. Afinal de contas, foi lá que tudo começou!
O Vêneto - Geografia:
Quem foram os primeiros povos a habitarem aquela região? Fósseis, datados com mais de 150.000 anos, descobertos nas zonas montanhosas a norte de Verona indicam que a região do Vêneto é habitada desde a era do Paleolítico (2,7 milhões de anos até 10.000 a.C.). Os primeiros povos que habitavam esta região eram os Euganei, os Réticos e outros grupos minoritários, alguns deles originários de regiões do rio Danúbio. Eram povos vizinhos que se assentaram na região em épocas diferentes.
Os Etruscos estabeleceram-se na região em torno do rio Pó, particularmente Mântria e Ádria (de cujo nome foi batizado o Mar Adriático) durante a expansão dos seus domínios entre 750-500 a.C. A relação entre os Etruscos e o povo do Delta do rio Pó já era dinâmica na passagem da Idade do Bronze recente e final (1.200 a.C.), como mostram as descobertas arqueológicas de Frattesina [2], mas essas relações se intensificam e mudam significativamente desde o final do VIII. Os Etruscos expandem seu domínio cultural e com isso houve significativas mudanças políticas e econômicas na região.
Por volta de 1.000 a.C. os Heneti ou Venetkens (Veneti) [2] chegaram a região. Acredita-se ser um povo de origem indo-europeia proveniente da região do Mar Negro, mar que banha países hoje conhecidos como Turqueia, parte da Rússia, Ucrânia, Romênia e Bulgária. Nos Montes Eugâneos, os Veneti criaram uma civilização enérgica que possuía o seu próprio idioma e escrita o “Venêtico”.[3] Ateste (Este – Província de Pádua) era sua cidade principal, mas rapidamente se espalharam por toda a região. Os dados arqueológicos sugerem que já na idade do bronze (1.500 a.C.) a sociedade veneta era bem desenvolvida, fundamentada na agricultura e no comércio. Comercializavam o âmbar [5] de origem báltica e era também famosa pelo adestramento de cavalos. [6]
Embora sua história seja marcada por invasões, guerras e batalhas
sangrentas, dizer que ela foi escrita com o sangue e suor dos povos que
habitaram ali parece um exagero. O povo Veneti era um povo que
assimilava a cultura de outros povos e mantinham comércio com vários outros
povos o que possibilitava a troca de mercadorias e também troca cultural. As
descobertas arqueológicas e os estudos feitos nos últimos 30 anos
revolucionaram a forma como se compreende os Veneti (Vênetos primitivos) e
comprovam que sua cultura, longe de ser acanhada como se pensava
anteriormente, era rica e complexa.
O Vêneto – Lendas e Mitos:
Para o pesquisador brasileiro José Monir Nasser, o mito não é objeto de estudo, mas é instrumento de compreensão do mundo. As lendas são relatos de
eventos históricos e pessoas da antiguidade baseadas em determinado momento
histórico. Entretanto, essas histórias são distorcidas ou exageradas, recebendo
um ar fantástico. As evidencias existem, mas podem ser insubstanciais, é
baseado em algum contexto histórico cujos personagens são notáveis.
Antes das descobertas
arqueológicas do povo Veneti, os historiadores tinham como base apenas os
escritos dos antigos escritores gregos e romanos cuja crença era de que os
Veneti eram uma população originada da Paflagônia (Paphlagonia),
região que hoje faz parte do norte da Turquia, em torno da cidade de Sinope, região banhada pelo Mar Negro. O primeiro autor antigo a mencionar isso
foi Homero, escritor de Ilíada e Odisseia. Em cinco versos da Ilíada, ele fala
de uma população de ‘Eneti’ ou ‘Enetoi’ (Veneti), experientes adestradores de
cavalos, que combateram na guerra de Tróia7 como aliados dos Troianos
contra os Aqueus, de Ulisses e Aquiles. Ele faz também referencia a cinco
localidades: Sesamo, Cromna, Citoro, l’Alta eritini (o Faraglioni
Rossi – rochas vermelhas em Capri) e Egialò, todos identificados depois de três
mil anos. [8] Filósofos, historiadores e geógrafos como Heródoto, Políbio,
Suetônio, Estrabão, Tito Lívio, e poetas como Ésquilo, Safo, Eurípides,
Virgílio, e Aristóteles também mencionaram os Veneti em seus escritos. Em sua
obra História Natural (Naturalis Historia) Plínio o velho, cita as palavras de
Catão: “venetos troiana stirpe ortos auctor est cato” (os vênetos derivam de
Tróia). [9]
Tito Lívio [10], grande historiador romano, nascido em Pádua (Padova)
também liga o antigo povo vêneto a Tróia. Segundo ele, após a derrubada da
cidade de Tróia, os sobreviventes formaram dois grupos. Um deles, chefiado
por Enéias, partiu com seus barcos e depois de uma peregrinação chegaram
ao Lácio onde em 753 a.C. fundaram Roma. O outro grupo, comandado
por Antenor (Antenore), príncipe troiano, seguiu através dos Bálcãs
entraram na planície do Vêneto, pelo leste, pelo fosso dos rios
Brenta e Pó e em 1.185 a.C. fundou Pádua. O escritor e
poeta Virgílio também cita Antenor como fundador de Pádua em sua grande obra
Eneida. Todo o mediterrâneo convive com esses mitos sobre as origens do povo
Romano e Vêneto conhecidos como o grande mito antenoreo e mito
fontativo de Enea.
Entretanto,
observa-se que segundo o mito histórico, Padova teria sido fundada 432 anos
antes de Roma. Como poderia Roma, que se tornou um grande império, admitir que
o povo Veneti já existia quase meio milênio antes que surgissem os primeiros
Romanos? Outro ponto a refletir é que, se a guerra de Tróia
aconteceu em 1.250 a.C., para a historiografia greco-romana o povo Veneti tem
pelo menos 3.270 anos de história (em 2020), e portanto, é um povo
mais antigo do que outros povos itálicos, como por exemplo os Etruscos. A idade
do bronze foi um período desde 1.500 a.C. até em torno de 800 a.C., desta
forma, também para a historiografia moderna, os Veneti são mais antigos do que
aqueles povos da guerra de Tróia que fundaram Pádua (Padova em italiano) em 1.185 a.C.. Sua
história começou pelo menos há 3.500 anos. Escavações, artefatos e estudos
arqueológicos nos ajudam a comprovar isso.
Vêneto – Os Romanos
Até agora nos referimos a eles como Veneti ou Venetkens. Depois da
chegada dos Romanos, passaremos a falar deles como povo Vêneto. O motivo é o
seguinte: por volta de 300 a.C. os Romanos chegaram àquela região. Os livros de
História dizem que os Romanos antigos venceram os Etruscos e conquistaram os
Veneti. Mas na verdade, não se trata de uma conquista, pois os Veneti se
aliaram aos romanos para se defenderem dos invasares Gauleses cujos ataques
tornaram-se numerosos e violentos em 140 a.C.
Os Romanos fundaram muitas cidades naquela região trazendo sua cultura, língua, educação e urbanização, ou seja, a Civilização Romana. Houve um processo de integração étnica que se materializou em diferentes níveis a partir de interesses comerciais, depois com formas de união matrimonial, clientela e alianças econômicas e políticas até chegar aos aspectos religiosos, rituais e linguísticos. O processo de romanização foi muito rápido e em pouco mais de um século o Vêneto se torna Romano não apenas do ponto de vista político-institucional, mas também e, sobretudo, cultural. [11] A partir de então não se fala mais daquele povo como os Veneti, mas como Vênetos. Entretanto, devemos lembrar que, sendo os Vênetos aliados fiéis dos Romanos, eles também deixaram suas contribuições ao mundo da cultura latina. Um exemplo são autores como o poeta Cátulo, de Verona, e o historiador Tito Lívio de Pádua. Nas corridas de cavalos e bigas (carruagens) romanas dentro do Circus Maximus [12] de Roma, era famoso o grupo da Veneta Factio, que representava o Vêneto usando a cor ‘azurro’ azul.
Como o Vêneto era um importante centro de comunicação com o Norte e o
Leste, os Romanos construíram novas cidades ao longo das vias de comunicação
mais importantes como Altino, Concórdia, Oderzo, Verona e Vicenza. Também
fizeram grandes obras de infraestrutura na região. Abriram estradas, cavaram
canais, elevaram margens dos rios. Muitos desses assentamentos obtiveram a
cidadania romana e se tornaram importantes centros comerciais na nova província
de Venetia et Histria. Nessas cidades notam-se os fortes traços da
ocupação romana como a Arena de Verona, um anfiteatro romano que pode ser
visitado ainda hoje.
Vêneto – Os Bárbaros
Acredita-se que o cristianismo chegou ao Vêneto antes de 400 d.C. e a
cidade de Aquileia, seu principal centro, tornou-se um poderoso patriarcado. O
que se sabe com certeza é que a Basílica Patriarcal de Santa Maria Assunta em
Aquilea foi construída a partir de 313 d.C. Nesta época, começa uma nova era na
história do povo Vêneto com a invasões bárbaras.
Após a queda do Império
Romano do Ocidente (Roma), 476 d.C., passaram pelo território uma série de
povos considerados bárbaros. Inicialmente foram os Visigodos, (401 a 403)
e os Hunos de Átila que destruíram Aquileia e Feltre
(451/452). Em 463 chegaram os Daneses e em seguida os Herulos e
os Ostrogodos liderados por Odoacro. Teodorico liderou exércitos
invasores entre 493 e 526 conquistando Ravenna, Verona e Pavia. O reino dos
Ostrogodos terminou em 553 e o Vêneto tornou-se uma província de Bizâncio em
554, ou seja era governado pelo Império Romano do Oriente, comandados pelo
general Belisário. Em 568 Alboim ou Alboíno e os Lombardos conquistaram
toda a região norte e parte do sul da Itália.
Durante as invasões dos
Lombardos, muitos cidadãos fugiram pelos rios Adese, Brenta, Sile e Piave
chegando a lagoa veneta que se estende ao longo da costa entre as bocas dos
rios Pó e Piave. Esses fugitivos vinham das cidades destruídas e dos campos
saqueados. Ali estavam seguros, pois os Bárbaros não eram navegadores. Eles
buscavam refúgio nas pequenas ilhas da lagoa onde viviam alguns pescadores. No
núcleo desse assentamento foi fundada em 421 uma cidade cujo nome era Venesia
marítima ou Venetika, em grego. A terra dos Vênetos, a partir de 568 d.C. se
encontra assim divididas em duas partes; a continental sob domínio dos Longobardos,
e a parte marítima, sob influencia dos Bizantinos.
Vêneto – O Feudalismo
Os Francos também invadiram o norte da Itália em 594,
saqueando e destruindo o reino dos Lombardos, que haviam criado no Vêneto
diversos ducados, Treviso e Verona em particular. Em 774 d.C., Carlos Magno
proclamou-se rei dos Lombardos. A influência carolíngia, entretanto, foi
dificultada no século IX com as incursões sarracenas e normandas no Sul, e a
fragmentação feudal. Após 875 d.C., os imperadores renunciaram à defesa da
Itália, que, dado o enfraquecimento do papado, caiu na anarquia. Em 900 Otão,
rei da Germânia, foi coroado imperador em Roma (962 d.C.) e a Itália foi
integrada ao Sacro Império Romano Germânico.
As cidades do norte da atual Itália tornaram-se mais independentes entre si, tornando-se importantes centros econômicos e políticos. Os ducados foram substituídos pela organização feudal típica, um sistema econômico, político e social caracterizado pelo poder descentralizado, a economia agrária de subsistência, onde predomina a troca, portanto escassa circulação de moeda, comércio fraco, e trabalho executado por servos. A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, os senhores feudais e aos altos dignitários da Igreja (o clero). Cidades como Pádua, Treviso, Vicenza e Verona tornaram-se jurisdições poderosas. No século XII todas as principais cidades do Vêneto passaram a comunas que eram cidades com governos independentes. Os senhores feudais refugiavam-se em castelos [13]
Já no ano 1.000, com a invasão
húngara, os Vênetos continentais se defendem construindo castelos, e aos poucos
vão surgindo as prefeituras livres medievais. Quanto aos Vênetos marítimos irão
desenvolver o seu poder sobre o mar. Sua localização privilegiada entre
marismas e águas pantanosas concedeu uma grande independência a Veneza em
relação aos possíveis conquistadores.
Veneza que até então se mantinha isolada do Vêneto como forte centro
comercial, ao se sentir ameaçada pelos Turcos, e também por motivos econômicos,
iniciou uma intervenção militar na região e aos poucos derrotou cidades-estados
poderosas. Depois de seis séculos, desde o tempo de Flávio Belisário, e
domínio Bizantino, os Vênetos continentais e os Vênetos
marítimos se unem novamente. Juntos lutam em 1.176 contra o exército
imperial de Frederico I (Barbarossa), Imperador Romano-Germânico, vencendo-o na
batalha de Legnano.
Entre 1.200 e 1.300 as cidades do Vêneto se transformaram sucessivamente
em principados episcopais, e também em senhorio (signore) governados pelas
aristocracias militares, com Ezzelini, Scaligeri, Da Camin e Visconti. Naqueles
mesmos anos a Serenissima Repubblica di Venezia se torna uma grande
potência europeia participando da quarta cruzada e em 1204 torna-se
protagonista comercial e militar em todo o leste do mediterrâneo. Em torno de
1.400 tem inicio o período da pax veneta (paz veneta) e as cidades
venetas continentais, cansadas de guerras e de reis e imperadores estrangeiros,
começam aos poucos a juntarem-se com os Venezianos para tornarem-se uma única
nação de Vênetos. A união com a Serenissima (Veneza) ocorre em Treviso em
1.389, Rovigo em 1.395, Vicensa e Beluno em 1.404, Verona e Padova em 1.405, o
Friuli e a Istria em 1.420, Bresa em 1.426 e Bérgamo em 1.428.
Vêneto – Napoleão e Áustria
No final de 1.500 a cidade de Veneza era um estado
continental. Praticamente toda a região do Vêneto estava sob seu domínio. Em
1.508 o Papado, os Aragonesi, os Franceses e alguns estados menores uniram-se
para formar a Liga de Cambrai. Em 1.509 derrotaram boa parte do exercito
veneziano em Agnadello. Veneza perdeu algumas províncias, mas conseguiu manter
a sua independência. Era o único estado italiano não controlado pela Casa dos
Habsburgos (Áustria e Espanha).
Mas eis que surge Napoleão
Bonaparte! Em 1.797, Napoleão colocou fim ao milenar governo de Veneza. Um
longo período de declínio se seguiu até a perda definitiva da autonomia em
1.815. Neste ano, a região do Vêneto foi novamente entregue à Áustria e
permaneceu sob o seu domínio até 1.866, quando foi incluída no Reino
Lombardo-Vêneto. Em 1.848, toda a região se rebelou contra os Austríacos,
entretanto, com a vitória de Novara, a Áustria readquiriu o poder. Finalmente,
quando a Pússia derrotou a Áustria em 1.866, o Vêneto foi libertado e um
plebiscito decretou a anexação da região ao Reino de Itália. Finalmente
chegamos ao período em que meus familiares viviam. Assim, vale a pena nos
demorarmos um pouco mais neste período.
Domínio Austríaco (1814-1866)
Na primeira metade de 1800, a Itália não existia como Estado-nação, em outras palavras, não existia um país chamado Itália. A península italiana, o território onde hoje fica a Itália, era formado por uma série de pequenos reinos, ducados, repúblicas e principados distintos. Cada um tinha sua própria moeda e falava idiomas diferentes. Parte do território ao norte, como o Vêneto, estava sob o domínio austríaco.
Após a queda de
Napoleão Bonaparte, em 7 de abril de 1815, anunciou-se o estabelecimento dos
estados austríacos na Itália, em um novo reino da Lombardia-Vêneto. Baseado no
Tratado de Viena, agregava o território do Ducado de Milão, o Ducado de Mântua,
Dogado e Domínios do Continente da República de Veneza; entre outros. Todos os
em altos cargos do Reino: o vice-rei, governadores e oficiais das tropas
foram nomeados e amplamente confiados aos austro-alemães. Não havia eleições,
portanto os estrangeiros desfrutavam de controle quase absoluto sobre a vida do
reino. Isto causava ressentimento entre a classe média alta e burguesia de
italianos que não viam meios de alcançar altos cargos no governo.
O governo austríaco esforçou-se em revalidar o passado glorioso das
tradições da região lombardo-veneziana, apelando para o orgulho dos italianos.
Assim, a Coroa de Ferro foi mantida como um símbolo da realeza no Reino
Lombard-Veneto e escolhido como a coroa oficial para as coroações de cada novo
soberano, que ocorreram na Catedral de Milão. Outro ponto a favor do governo
austríaco foi o afrouxamento do serviço militar obrigatório, que havia sido
introduzido no Reino Napoleônico da Itália, que levou a uma redução no número
de deserções.
Neste período, a economia do Reino Lombard-Veneto estava ligada à
agricultura, que sempre desempenhou um papel fundamental para o sustento do Estado
e as exportações. Consistiam no cultivo de trigo, cevada, centeio e arroz.
Entre os benefícios estruturais trazidos pelos austríacos estão a Rede
ferroviária do reino Lombard-Veneto de 1856. Outro meio de transporte usado no
reino Lombard-Veneto, também devido à presença de grandes cursos de água, era o
transporte fluvial. Os correios operavam regularmente ao longo desses canais e
em Veneza os ferries (balsas) ligavam as ilhas da lagoa entre si e com a costa
da Ilíria.
Quanto à estabilidade no campo, trata-se de um tópico controverso. Se
por um lado há relatos de episódios de resistência das classes camponesas
contra a autoridade imperial, há também relatos de apoio. Em geral os textos de
origem austríaca, não marcadamente tendenciosos, relatam que a maioria dos
colonos gostava do governo, pois se sentia protegida contra seus
opressores. Outros relatos dizem que as tropas imperiais foram
bem-vindas pelas populações rurais e que foram recebidos como libertadores.
Julgo eu que, os camponeses, depois de sofrerem sob o domínio de
Napoleão Bonaparte, viram nos austríacos, a porta de esperança para uma era
melhor. Aparentemente a população rural, que era maioria, era a favor do
governo austríaco, assim como a alta aristocracia que fazia parte do governo.
Por outro lado, grande parte da classe média alta e a pequena e média nobreza
eram contra pois viam-se privadas da possibilidade de se estabelecer na
administração da sociedade. Estes foram os que apoiaram a anexação do Vêneto ao
recém-formado Reino da Itália em 1866. Em toda a península italiana, as
burguesias liberais e grande parte da classe intelectual dos vários estados
italianos da península italiana começaram a cultivar projetos políticos de
unificação nacional, alimentados pelo crescente entendimento de ideias
românticas.
O Ressurgimento
Nesta época, a Itália era predominantemente agrária e rural e somente o
reino de Piemonte-Sardenha começava a ter atividades industriais, e uma
burguesia influente. O Piemonte fica ao norte da península italiana e a Sardenha é
uma ilha localizada no Mar Mediterrâneo a oeste da Itália. Esses dois
territórios, de forma simplificada, faziam parte do Reino de Piemonte-Sardenha,
um Estado que existiu de 1297 a 1861 e que passou a ser um estado soberano e
‘perfeito’ em 1720, sendo governado pela casa dos Saboia (Savoia em italiano).
Carlos Alberto, rei da Sardenha de 1831 a 1849, travou a primeira guerra
de independência italiana. Esta guerra foi travada por voluntários italianos
contra o Império Austríaco e outras nações conservadoras por cinco meses na
península italiana. Entretanto, depois de ser abandonado pelo papa Pio IX e
pelo rei Fernando II das Duas Sicílias em 1849, foi derrotado pelos austríacos
na Batalha de Novara. Carlos Alberto abdicou em favor de seu filho Vitor
Emanuel.
Em 1849, Vitor Emanuel II tornou-se rei de Piemonte-Sardenha, única
região que adotava a monarquia constitucional como regime de governo. Sem
condições de continuar a guerra, Vitor Emanuel II assinou o Armistício de
Vignale em março de 1849. Durante esta trégua, Camilo Benso, Conde de Cavour
assume como primeiro ministro em 1852. Junto com o rei trabalham para restaurar
a fama de seu exército e lideraram a luta pela unificação italiana conhecida
como Risorgimento. Em 1859, Vitor Emanuel II enfrentou os austríacos para
expulsá-los do território italiano. Desta vez ele conseguiu o que seu pai não
havia alcançado. Dois anos depois, em 1861, Vitor Emanuel II declarou-se rei de
toda a Itália.
Ele recebeu também o apoio de republicanos influentes como Giuseppe
Mazzini e Giuseppe Garibaldi [14] que conduziu uma rebelião no Reino das Duas
Sicílias, ao sul da Itália que resultou na ligação entre parte Sul e Norte da
Itália. Mas o Vêneto ainda estava sob o controle da Áustria e Roma em poder do
Papa, onde o Imperador Napoleão III (1808-1873) mantinha tropas para a proteção
do Papa Pio IX. Somente em 1866, após a assinatura da Paz de Viena, entre a
Áustria e a Itália, a região do Vêneto finalmente passou a fazer parte da
Itália.
Depois da unificação italiana, o domínio da Casa de Saboia não teve
êxito sob o aspecto econômico. Se os cidadãos do Vêneto pagavam pesados
impostos sob os austríacos, eles tornaram-se um fardo estafante, opressivo e
obsceno após a unificação italiana. Além disso, os serviços públicos eram
inferiores e a burocracia tornou-se menos eficiente. Com a perda do mercado da
Europa Central, seguiu-se um período de crise econômica com a consequente
emigração em massa especialmente para Argentina, Brasil e Uruguai.
No final do século XIX, o Vêneto começou a desenvolver a sua
agricultura, a indústria e o comércio, mas em 1.915 a Itália entrou na guerra
contra a Áustria e o Véneto tornou-se o principal palco das operações de
guerra. Seguiu-se morte e destruição até novembro de 1.918 quando toda a região
do Vêneto foi libertada, deixando um rastro de 600.000 mortos. Houve novamente
outras ondas emigratórias principalmente durante as duas guerras mundiais
(1914-1918 e 1939-1945). Calcula-se que existam no mundo cerca de nove milhões
de originários do Vêneto. Após a Segunda Guerra Mundial o Vêneto era uma região
pobre, ainda com características feudais, mas logo depois da guerra teve início
o milagre econômico italiano que transformou a região norte, inclusive o
Vêneto. Foi um período prolongado de sustentado crescimento econômico que se
estendeu até o final dos anos 1960, e em particular os anos 1958 e 1963,
conhecido como ‘boom’ econômico. Finalmente o Vêneto tornou-se uma das regiões
mais afluentes da Itália cuja força econômica vem da agricultura, indústria
alimentícia, moda e turismo e do trabalho intenso e incansável do seu povo.
Conclusão:
Voltando ao inicio deste capítulo, posso afirmar que além de sermos
descendentes de italianos, somos também descendentes de vênetos, mais
precisamente da Polésine, ou Pianura Padano-Vêneta. Nossos antepassados tinham
sangue dos Veneti, Romanos e quem sabe até dos Troianos correndo em suas veias.
Pela lenda, eles eram descendentes de Antenor, o troiano, fundador de Pádua.
Virgílio, o poeta romano escreveu em 28 d.C. as Geórgicas dedicado a
agricultura, tendo os agricultores como protagonistas. São poemas didáticos que
ensinam, em versos, a como lavrar o campo, cultivar frutas e pomar e como criar
abelhar em apiários. Este conhecimento foi passado de geração em geração até o
final do século XIX. Independentes de lendas e histórias, as raízes de minha
família estão ligadas a terra, cujas sementes foram plantadas há mais de 3.000
anos. Eles eram camponeses e seguiram sendo por várias gerações até que em 1888
se viram obrigados a emigrar. Levaram este conhecimento e cultura ligada a
terra com eles. No Brasil, seguiram trabalhando a terra como agricultores.
Eram contadini, camponeses, agricultores, mas de forma alguma são
desmerecedores do respeito de qualquer pessoa em alta posição na escala social,
pois tinham a bagagem cultural de um povo milenar.
Durante o período de
mais de 3.000 anos, o povo do Vêneto fundiu e misturou costumes e culturas dos
vários povos que passaram por aquela região. A língua que falavam em 1888, não
era a língua dos Venetkens (Veneti), dos Romanos e tampouco o italiano que
hoje se fala em toda a península italiana. Que língua falavam então?
Notas e referências:
1.
Sugestão: Digite
as palavras ‘Veneto Italia’ no seu navegador preferido na Internet, e procure
por imagens. No Google Imagens surgem mapas, fotografias de cidades nas
diferentes províncias do Vêneto.
2.
Youtube – Entrevista: Gli antichi veneti: i Venetkens TV7CON VOI (parte final) - Venetikens – Viaggio nella terra dei veneti antichi –
artigo disponível em: https://iris.unive.it/retrieve/handle/10278/3679958/83857/Venetkens%201.pdf
3. Venenêtico vs língua veneta - Una componente fondamentale e caratterizzante dell’identità etnico-culturale dei Veneti antichi è costituita dalla loro lingua; a questa si è attribuito il nome convenzionale di “venetico”, per distinguerla dal “veneto” attuale, lingua derivata dal latino . La lingua venetica, al pari delle altre lingue dell’Italia antica, si è estinta con la romanizzazione, quando è stata sostituita dal latino; le fonti antiche non riportano alcun riferimento alla lingua dei Veneti, con l’eccezione del noto passo di Polibio (ii, 17, 5), secondo cui «… i Veneti, per costumi e abbigliamento, sono poco differenti dai Celti, ma usano un’altra lingua». L’unica documentazione del venetico è costituita dalla testimonianza diretta delle iscrizioni. - Venetikens – Viaggio nella terra dei veneti antichi p. 79
4.
A Odisseia, assim
como a Ilíada, é um poema elaborado ao longo de séculos de tradição oral, tendo
tido sua forma fixada por escrito, provavelmente no fim do século VIII
a.C.. Sua escrita é atribuída a Homero.
https://www.youtube.com/watch?v=yKB8aknVJkM&t=43s
5.
Âmbar – O âmbar é
uma resina fóssil, em estado sólido, formado de uma espécie extinta de
pinheiro, encontrado e extraído na região do Mar Báltico e também na antiga
Prússia. É muito comum encontrar insetos fossilizados no interior de uma peça
de âmbar. Tem a cor característica amarelo-pálida ou acastanhada, transparente,
conhecida também como cor âmbar. Na época o âmbar era uma substância muito rara
e valiosa. Era usado para fazer objetos de adorno, tinha propriedades curativas
e mágicas e na antiguidade também simbolizava prosperidade. Uma vez friccionada
uma peça de âmbar tem a propriedade de atrair objetos leves de algodão ou
palha, devido a eletricidade estática produzida. Os gregos a denominavam de
Elektron, que mais tarde veio originar o nome eletricidade.
6.
Cavalos - Ao
falar na forte relação entre os vêneto e seus cavalos, encontramos o testemunho
do geógrafo Estrabão, do poeta grego Eurípedes e o nome do porto Equilium, o
nome antigo da cidade de Jesolo. /Iézulu/ Mas também o fato que a grande grupo
de cavalos de Deinisio, o grande de Siracusa, 380 antes de Cristo, tinha a
vantagem de ser cavalos vênetos.
7.
Tróia – refere-se
a uma cidade lendária, onde ocorreu a célebre Guerra de Tróia descrita na
Ilíada de Homero. A guerra tinha como objetivo resgatar a bela Helena, mulher
de Menelau, rei de Esparta, que havia sido raptada por Páris com ajuda da deusa
Afrodite. A Ilíada trata das seis últimas semanas do último ano de guerra que
durou cerca de 10 anos. Após muitos anos de combate os gregos vencem a
guerra com um truque. Eles deram um presente a Tróia, o cavalo de Tróia, um
imenso cavalo de madeira dentro do qual os gregos se escondiam. Durante a
noite, enquanto os troianos dormiam, parte do exército grego saiu de dentro do
cavalo e abriu as portas da cidade para que o resto do exército pudesse invadir
Tróia. Após a vitória os gregos se uniram a Helena e a Menelau e todos voltaram
para casa, exceto Ulisses que demorou mais 10 anos para chegar a Esparta. Esse
retorno de Ulisses deu origem à Odisséia, o segundo grande poema de Homero. –
Fonte: https://www.infoescola.com/historia/guerra-troia/
A cidade de Troia – Em 1.300 a.C., no auge da Idade do
Bronze, a cidade murada de Troia ficava na ponta do estreito de Dardanelos,
costa da atual Turquia, localização privilegiada da qual a cidade tirava
proveito, cobrando pelo deslocamento das embarcações pelo canal. Na mitologia
grega, a história da queda de Troia (cerca de 1.250 a.C) foi contada em duas
narrativas épicas, a Ilíada e a Odisséia, tradicionalmente
atribuídas ao poeta Homero, que as teria escrito 400 anos depois dos
acontecimentos. O estreito de Dardanelos e a Paflagônia, ficam ambos na atual
Turquia.
8.
Antenore - Il
mitico fondatore di Patavium, una leggenda dai fondamenti storici – PadovaNet -
29/11/2018 - https://www.padovanet.it/informazione/antenore
9.
A História Natural de Plínio, o Velho (23-79 d.C.), é uma
das maiores obras que nos foram legadas pela Antiguidade. Em seus 37 livros,
seu autor procurou abranger todo conhecimento existente em sua época, da
astronomia à fisiologia humana, da botânica à mineração, das artes à zoologia.
Trata-se de um monumento ao conhecimento clássico: afinal, Plínio não apenas
escreveu a partir da própria experiência, mas procurou ler e compreender o
conhecimento disponível à sua época de forma que pudesse sumarizá-lo em sua
imensa enciclopédia. Por conta disso, de alguns autores e obras, tão influentes
da Antiguidade, só nos restaram o que deles afirma Plínio. Fonte: https://clubedeautores.com.br/livro/historia-natural
10.
Tito Lívio foi um dos grandes historiadores da
Antiguidade. Ele nasceu em Patavium (atual cidade italiana de Pádua), em 59
a.C. De origem humilde, estudou retórica e filosofia, atingindo uma posição
confortável como escritor. Tito dedicou-se a contar a história de Roma e
escreveu sua obra mais conhecida, "Ab Urbe condita libri" (Desde a
Fundação da Cidade).
“A História se tornou mais destacada em Roma
no período que chamamos 'República tardia', no momento de maior expansão
imperial romana, no qual os romanos tinham de conviver com diversos povos, das
mais variadas tradições e costumes. "Ab Urbe condita libri" era
composto por 142 livros, dos quais apenas 35 sobreviveram ao tempo. O impacto
da obra foi tão grande que influenciou escritores como Maquiavel, Alexis de
Tocqueville e Montesquieu. Tito Lívio faleceu em Padua, já na era cristã, em 17
d.C. – Fonte: http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2011/10/saiba-mais-sobre-tito-livio-e-o-registro-da-historia-na-antiguidade.html
11. Gruppo Archeologico Milanese – La terra tra i due fiumi – tra l’Adige e il Po, la Mesopotamia d’Itália.
12. Circus Maximus - Circo Máximo (em latim: Circus Maximus) é um antigo circo — um estádio utilizado para corridas de bigas — e a maior arena de entretenimento
de Roma. Situada no vale entre o Aventino e o Palatino, media 621 metros de comprimento e 118 metros de
largura e podia acomodar mais de 150 000 espectadores. Em sua forma mais
completa, tornou-se o modelo para todos os demais circos do Império Romano. Atualmente o local é um parque público. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Circo_M%C3%A1ximo
13.
Castelos - Com o
aumento das invasões nórdicas e o fim do Império Romano, a madeira foi sendo
substituída por pedras e, até as construções civis, como mosteiros e igrejas, seguiram
o estilo defensivo. Os muros cresceram de tamanho e passaram a ser enormes
muralhas onde os cavaleiros e soldados podiam circular em caso de ataque. É
importante ressaltar que os castelos não serviam apenas para a defesa, mas
também aumentavam a autoridade do senhor feudal sobre seu feudo. Afinal, eles
permitiram que se controlasse a área circundante e se formasse um centro de
administração, proporcionando ao senhor um lugar para manter a corte. Assim, os
castelos passaram a simbolizar o poder do nobre e da família que nele habitava.
Por isso, foram introduzidas melhorias próprias de um lar como chaminés,
cozinhas, mobiliário, pinturas e grandes tapetes para minimizar o frio do
inverno. Fonte: https://www.todamateria.com.br/castelos-medievais/
14.
Giuseppe
Garibaldi – (1807-1882) foi um militar e guerrilheiro italiano. Fez parte do
movimento "Jovem Itália", que pretendia a unificação de toda a Itália
sob a forma de república. Em 1834, Garibaldi liderou uma conspiração em Gênova,
com o apoio de Mazzini, mas foi derrotado. Condenado à morte fugiu para o exilo
no Brasil. Garibaldi apoiou a causa do movimento republicano chefiado por Bento
Gonçalves da Silva que eclodiu no Rio Grande do Sul. Durante a Guerra dos
Farrapos, Garibaldi tomou a cidade de Laguna, em Santa Catarina, ampliando os
limites da República. Durante esses anos de guerra, Garibaldi conheceu a
brasileira Ana Maria Ribeiro da Silva, que também lutava na revolução. Com a
derrota dos republicanos, foi para Montevidéu com sua mulher, agora Anita Garibaldi.
Lutou na guerra entre a Argentina e o Uruguai de 1842 comandando a frota
Uruguaia no rio Paraná e depois organizou uma legião de voluntários de
italianos exilados, chamada de “Legião Italiana” que deu vitória ao Uruguai. Em
1848 voltou para a Itália onde formou um corpo de voluntários para lutar ao
lado do rei Carlos Alberto da Sardenha para libertar a Itália dos estrangeiros,
mas a causa a principio foi perdida. Em 1849 Garibaldi e Anita defendeu a
cidade de Roma contra o exército francês. Após derrota posterior, Giuseppe e
Anita fugiram. Anita Garibaldi adoeceu de febre tifoide em Orvieto onde morreu.
Garibaldi foi ao exílio, mas em 1854 retornou à Itália. Numa nova guerra contra
a Áustria, em 1859, assumiu o posto de major-general e dirigiu a campanha que
terminou com a anexação da Lombardia pelo Piemonte. Comandou as célebres
camisas vermelhas, entre 1860 e 1861, que utilizando táticas de guerrilha
aprendidas na América do Sul, conquistou a Sicília e depois o reino de Nápoles,
até então sob o domínio dos Bourbons, que mais tarde foram cedidos ao rei de
Piemonte, Vítor Emanuel II. Participou de outras expedições e batalhas, foi
aprisionado e liberto. Morreu em 1882 em Caprera, Itália. É conhecido como o
"herói de dois mundos", devido à sua participação em conflitos na
Europa e América do Sul. É considerado uma das mais notáveis figuras da
unificação italiana. Fonte: https://www.ebiografia.com/giuseppe_garibaldi/
Outras Fontes:
a. La terra tra i due fiumi – L’età del bronzo finale - p 5
Consiglio
Regionale Del Veneto – Perfil histórico – (em português)
http://www.consiglioveneto.it/crvportal/pageContainer.jsp?n=100&p=105&c=8&e=135&t=0
Youtube -
Magnífica Itália - Veneto
https://www.youtube.com/watch?v=QPN782v5YYQ&list=PLxxCeLMzI1xAGrVPjWyeXEaYMsO-zf7-n
https://pt.wikipedia.org/wiki/Veneza
https://www.tudosobreveneza.com/historia
http://historiaveneto.blogspot.com/2009/10/os-venetos-povo-do-ambar.html
https://it.wikipedia.org/wiki/Portale:Risorgimento
https://it.wikipedia.org/wiki/Portale:Storia_d%27Italia
https://it.wikipedia.org/wiki/Portale:Asburgo
https://it.wikipedia.org/wiki/Regno_Lombardo-Veneto#Veneto
Observação: Atribuem-se ao vênetos a invenção dos baldes. Os primeiros baldes apareceram no Vêneto em 500 a.C. e eram chamados ‘sítula’. Antes disso, bebia-se vinho das ânforas. As sítulas tornaram-se a sensação da época.
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